Google Shopping e seu provador virtual: o futuro das compras online?
A polarização nas compras online é um fenômeno cada vez mais evidente: há aqueles que amam a comodidade de adquirir produtos em casa e aqueles que sentem falta da experiência física de experimentar uma peça antes de comprar. No entanto, o Google Shopping deu um passo à frente para aproximar ambos os mundos com sua nova função: o provador virtual.
O que é o provador virtual?
Esta ferramenta inovadora permite aos usuários prever como uma peça ficará neles usando modelos virtuais que representam várias fisionomias. Desta forma, busca-se oferecer uma experiência mais próxima da realidade e satisfazer as necessidades daqueles consumidores que não se identificam com as imagens convencionais dos modelos.
Um estudo interno realizado pela Ipsos revelou dados interessantes: mais de 40% dos entrevistados afirmaram não se sentir representados pelas fotografias tradicionais usadas em lojas online, enquanto quase 60% expressaram insatisfação ao receber roupas cujo ajuste não era como esperavam.
Tecnologia IA generativa em ação
Para realizar essa proposta, o Google usou tecnologia de IA generativa baseada em seu próprio modelo de difusão desenvolvido internamente. Esta metodologia se inspira em projetos como Stable Diffusion e DALL-E2, conseguindo reduzir progressivamente o ruído presente em imagens geradas artificialmente.
O treinamento do modelo de IA envolveu trabalhar com um grande número de pares de imagens onde pessoas vestiam diferentes roupas e adotavam várias poses. Graças a isso, foi possível criar simulações realistas adaptadas a diferentes tipos corporais.
Disponibilidade e marcas participantes
No momento, esta função está disponível apenas para usuários americanos e conta com marcas participantes como Anthropologie, Everlane, H&M ou Loft. Para acessar o provador virtual, os consumidores devem procurar a opção “Try On” (“Experimentar”) ao lado das peças selecionadas no Google Shopping.
Ainda que por enquanto só esteja disponível para roupas femininas, espera-se que em breve também inclua opções de vestuário masculino.
Outras iniciativas anteriores
Vale ressaltar que não é a primeira vez que empresas tentam implementar soluções semelhantes sem sucesso generalizado. Zara tentou em 2010 e Microsoft em 2017; Amazon patenteou um espelho inteligente e lançou o Echo Look com propósitos similares. Até mesmo a Adobe desenvolveu sua própria tecnologia em 2020, mas nenhuma conseguiu se consolidar como uma ferramenta adotada massivamente.
Perspectivas futuras
No entanto, graças aos recentes avanços na IA generativa e à experiência acumulada por essas iniciativas anteriores, Google Shopping poderia estar oferecendo uma solução definitiva para aqueles indecisos entre comprar online ou ir às lojas físicas. Só o tempo dirá se essa nova função consegue convencer tanto os amantes quanto os detratores do comércio eletrônico.
Clara é criadora e editora de conteúdo, com sólida formação em ciências e especialização em inteligência artificial. Sua paixão por este campo em constante evolução levou-a a adquirir os conhecimentos necessários para entender e comunicar os avanços mais recentes nesta área. Com sua experiência e habilidades em redação e edição de conteúdo, Clara é capaz de transmitir de maneira clara e eficaz conceitos complexos relacionados à inteligência artificial, tornando-os acessíveis a todos os tipos de públicos.