A Inteligência Artificial e a arte de falar em público
O medo de falar em público, especialmente quando se trata de um discurso emotivo como o que é pronunciado num casamento, é algo comum. Mas o que aconteceria se pudéssemos delegar essa tarefa à Inteligência Artificial (IA)?
A IA e as tarefas criativas
“Desde usuários do Tinder que usam bots para redigir suas mensagens mais sedutoras até mães exaustas que recorrem a assistentes virtuais para contar histórias aos seus filhos antes de dormir”, a IA provou ser capaz de realizar tarefas criativas e emocionais com surpreendente eficácia. Até mesmo os trabalhadores ocupados encontraram alívio em programas como Microsoft AI Copilot, projetado para ajudá-los com tarefas laborais.
Serviços baseados em IA para redação criativa
Hoje existem sites web e aplicações que oferecem serviços baseados na IA para redação criativa. Essas ferramentas podem fornecer desde simples conselhos até gerar completamente um discurso nupcial personalizado.
Fronteira mercantil: entre o pessoal e o comercializável
No entanto, esta não é a primeira vez que vemos tarefas emocionalmente exigentes sendo terceirizadas. Os ghostwriters humanos têm escrito discursos e livros sob encomenda há anos, enquanto os cartões pré-escritos nos permitem expressar nossos sentimentos sem a necessidade de encontrar as palavras certas por nós mesmos.
Embora essas práticas tenham sido criticadas por sua falta de autenticidade, elas parecem ter se tornado uma parte aceita da paisagem moderna.
Polemica sobre o uso indevido ou insensível da IA
No entanto existem controvérsias atuais sobre o uso indevido ou insensível da IA. Um exemplo notável foi quando a Vanderbilt University enviou condolências automatizadas após um tiroteio em massa usando um bot programado previamente – um gesto bem-intencionado mas infelizmente impessoal.
Tecnologia vs Emoção Humana: O dilema atual
Quanto ao compromisso emocional necessário para escrever um discurso de casamento: É suficiente fornecer os ingredientes básicos para uma máquina? Alguns podem argumentar que sim; afinal usamos tecnologia constantemente para potencializar nossas capacidades mentais – como Steve Jobs descreveu uma vez o computador como “uma bicicleta para nossa mente”.
Mas também existe preocupação acerca do possível impacto psicológico negativo da terceirização emocional.
«A separação entre intenção e expressão pode nos levar a uma desconexão entre emoção e comportamento.». Experimentos psicológicos demonstram como nossas palavras podem induzir sentimentos reais dentro de nós; se deixarmos muita expressão linguística/emocional a cargo externamente, corremos o risco potencial de atrofiar nossa própria capacidade emotiva.
Portanto, embora seja tentador deixar certas responsabilidades difíceis ou desconfortáveis nas mãos inteligentes artificiais, devemos lembrar nosso papel ativo e indispensável no mundo emocional humano.
Sandra é especialista em marketing digital e experta em redes sociais. Ela completou uma pós-graduação em Comunicação e RP para marcas de moda no Idep Barcelona, além de outra em Marketing e reputação online: comunidades virtuais. Sandra está a par das últimas tendências e melhores práticas em redes sociais, e isso se reflete em seu trabalho diário, gerando um impacto positivo no mundo digital.