O ceticismo eleitoral e a IA: uma combinação perigosa
O ceticismo que envolve a legitimidade das eleições presidenciais de 2020 nos Estados Unidos continua sendo um tema de grande relevância entre muitos republicanos. Durante as primárias da Super Terça-feira, vários candidatos que negam a vitória de Joe Biden conseguiram ganhar, mantendo as alegações de fraude eleitoral como um elemento central nas campanhas dos candidatos de direita.
A ameaça da inteligência artificial generativa
No entanto, um novo fator poderia agravar ainda mais este problema: a inteligência artificial generativa. De acordo com um relatório do Centro para Combater o Ódio Digital (CCDH), essa tecnologia pode ser usada para criar imagens enganosas que alimentam a desinformação eleitoral. Embora as empresas de IA generativa afirmem ter políticas para prevenir a desinformação, os pesquisadores do CCDH conseguiram contornar essas salvaguardas e gerar imagens de qualquer maneira.
As imagens geradas por IA podem ser extremamente enganosas. Algumas delas apresentavam figuras políticas, enquanto outras eram mais genéricas. Entre as imagens geradas estavam cenas de milícias fora de um local de votação, cédulas de votação no lixo e manipulação de máquinas de votação.
A resposta das plataformas de IA
O relatório do CCDH destaca a falta de políticas claras e medidas de segurança nas plataformas de IA. Os pesquisadores testaram 160 indicações em ChatGPT Plus, Midjourney, DreamStudio e Image Creator. Destas, Midjourney foi a plataforma mais propensa a produzir imagens enganosas relacionadas às eleições.
Diante desta situação, a OpenAI, uma das principais empresas de IA, está tomando medidas para prevenir o uso indevido de sua tecnologia. Proibiu a geração de imagens que desencorajem a participação em processos democráticos e está trabalhando para melhorar a transparência no conteúdo gerado por IA.
No entanto, persiste a preocupação sobre a capacidade das plataformas de detectar e eliminar conteúdo enganoso. Um relatório recente descobriu que o sistema da Meta (anteriormente Facebook) para marcar conteúdo gerado por IA foi facilmente contornado. As próximas eleições serão um verdadeiro teste de segurança em torno das imagens geradas por IA, e da capacidade das plataformas de combater a desinformação eleitoral.
Sandra é especialista em marketing digital e experta em redes sociais. Ela completou uma pós-graduação em Comunicação e RP para marcas de moda no Idep Barcelona, além de outra em Marketing e reputação online: comunidades virtuais. Sandra está a par das últimas tendências e melhores práticas em redes sociais, e isso se reflete em seu trabalho diário, gerando um impacto positivo no mundo digital.