Protestos nos escritórios do Google: Detenções e Licenças Administrativas
Nove funcionários do Google foram retirados pela polícia dos escritórios da empresa em Nova York e Sunnyvale, Califórnia, após organizarem um protesto contra um contrato de nuvem com o governo de Israel. O protesto em Sunnyvale ocorreu no escritório de Thomas Kurian, CEO da divisão de nuvem do Google, enquanto em Nova York, os manifestantes ocuparam uma área comum no décimo andar da localização do Google em Chelsea.
Os trabalhadores protestantes foram colocados em licença administrativa e foram instados a se retirar pacificamente. No entanto, eles se recusaram a sair, resultando em sua remoção pela polícia. Embora não tenha sido possível verificar de forma independente se os trabalhadores removidos foram presos ou acusados, um coordenador dos protestos afirmou que os trabalhadores de Nova York foram convocados para comparecer ao tribunal.
O Projeto Nimbus: Motivo dos Protestos
Os protestos instigavam o Google a abandonar um contrato de computação em nuvem de 1,2 bilhão de dólares com o governo israelense conhecido como Projeto Nimbus. Este contrato implica em fornecer serviços diretos às Forças de Defesa de Israel. Entre os trabalhadores despejados em Nova York estão os engenheiros de software Hasan Ibraheem e Zelda Montes.
O Projeto Nimbus tem sido objeto de protestos por parte dos trabalhadores do Google e da Amazon há anos. Um grupo de campanha chamado No Tech for Apartheid foi formado em 2021 após os detalhes do contrato de nuvem serem tornados públicos.
O Impacto do Conflito Israel-Palestina no Vale do Silício
Os protestos se intensificaram em 2022 depois que The Intercept publicou documentos mostrando que o contrato inclui tecnologia de IA como análise de vídeo. Os trabalhadores de tecnologia protestantes argumentam que tais capacidades poderiam ser usadas pelo aparato de segurança de Israel para prejudicar os palestinos.
O assalto militar de Israel a Gaza adicionou novo combustível à oposição interna ao Projeto Nimbus. As Forças de Defesa de Israel mataram mais de 34.000 palestinos desde que começaram os bombardeios e a invasão a Gaza no outono passado.
O Google não é a única gigante do Vale do Silício que viu ativismo dos trabalhadores relacionado à guerra de Israel contra o Hamas. Em março, mais de 300 trabalhadores da Apple assinaram uma carta aberta alegando represálias contra os trabalhadores que expressaram seu apoio aos palestinos. Este conflito, longe de ser apenas político, ultrapassou as fronteiras e se tornou um assunto que afeta as grandes empresas de tecnologia e seus trabalhadores.
Sandra é especialista em marketing digital e experta em redes sociais. Ela completou uma pós-graduação em Comunicação e RP para marcas de moda no Idep Barcelona, além de outra em Marketing e reputação online: comunidades virtuais. Sandra está a par das últimas tendências e melhores práticas em redes sociais, e isso se reflete em seu trabalho diário, gerando um impacto positivo no mundo digital.