Google e seu labirinto de Inteligência Artificial
Nos últimos tempos, o Google tem deixado os consumidores perplexos com sua estratégia de inteligência artificial (IA). A razão não é outra senão a avalanche de novos nomes, produtos e características que a empresa lançou recentemente, gerando uma confusão que parece ter se tornado a norma.
Uma avalanche de nomes e produtos
Em uma tentativa de se manter na vanguarda no campo da IA, o Google apresentou uma sucessão vertiginosa de ofertas. Entre elas estão Bard, Gemini, Gemini Advanced, Gemini 1.5 Pro, Gemini for Workspace, Gemini Business e Gemini Enterprise. Esta rápida reformulação e lançamento de produtos gerou uma série de memes internos zombeteiros por parte dos funcionários do Google, bem como de usuários do Twitter que não conseguem acompanhar o ritmo.
No entanto, a estratégia de lançamento do Google gerou mais problemas do que soluções. Os usuários lutam para entender o que é o quê: Bard se tornou Gemini, enquanto Gemini também se refere ao modelo de IA subjacente. Além disso, existem várias versões do Gemini, nem todas com as mesmas capacidades, e sua disponibilidade varia de acordo com as regiões, idiomas e produtos do Google.
Confusão na nomenclatura e nos preços
A confusão não se limita à nomenclatura. O Google introduziu o Gemini Business ($20/mês) em um novo nível de preço abaixo do Gemini Enterprise ($30/mês), onde antes estava o Duet AI for Workspace Enterprise. No entanto, a empresa falhou em explicar por que os usuários deveriam se preocupar com o Gemini for Workspace, ou como ele difere das versões anteriores de seu assistente de IA. A empresa confundiu os usuários com seus esquemas de nomes inconsistentes e sobrepostos, que incluem Gemini, Gemma, Goose, Duet, Duo e mais.
A pressa do Google é compreensível dada a pressão competitiva de seu rival mais importante, OpenAI. No entanto, seu lançamento apressado e caótico só exacerba a apreensão pública sobre a inteligência artificial, um campo já complexo e cheio de incertezas.
Reconstruindo a confiança na IA do Google
Para reconstruir a confiança pública, o Google precisa começar a falar claramente, sem mais ajustes de modelo e testes de mercado. A empresa precisa entregar um mapa de rota de produto de IA coerente com salvaguardas transparentes contra danos. O Google precisa simplificar sua mensagem e facilitar o acesso se quiser que as pessoas realmente usem e se beneficiem de seus avanços em IA.
Em resumo, o Google precisa fazer uma pausa, respirar e reavaliar sua estratégia de IA. Deve simplificar sua abordagem, esclarecer sua mensagem e, acima de tudo, colocar o usuário no centro de sua estratégia. Só assim poderá recuperar a confiança dos consumidores e continuar sendo um referencial no campo da inteligência artificial.
Sandra é especialista em marketing digital e experta em redes sociais. Ela completou uma pós-graduação em Comunicação e RP para marcas de moda no Idep Barcelona, além de outra em Marketing e reputação online: comunidades virtuais. Sandra está a par das últimas tendências e melhores práticas em redes sociais, e isso se reflete em seu trabalho diário, gerando um impacto positivo no mundo digital.